Conclusões sobre o Congresso das Universidades Seniores 2025

Realizou-se no passado dia 20 de Fevereiro em Óbidos o XII Congresso Nacional das Universidades Seniores que reuniu 188 participantes de 61 Universidades e Academias seniores de todo pais e vários autarcas.

O tópico principal deste ano foi a relação entre as Universidades Seniores e o Poder Local. O congresso foi dividido em 4 mesas redondas e começou com a sessão de abertura a cargo do presidente da RUTIS, Luis Jacob e da vereadora da Cultura e Educação, Margarida Reis e de uma palestra pelo diretor-geral do jornal O Mirante, Joaquim Emídio, sobre os meios de comunicação locais e o papel dos seniores no desenvolvimento local.

 Mesa redonda: O desenvolvimento local e as US

Nesta mesa falou-se sobre a relevância de pensar o espaço público por forma a ele ser utilizado pelas pessoas. A importância da arquitetura e dos bancos de jardim, da existência de bancos (que ultimamente estão mais restringidos ao espaço dos cafés, “obrigando” ao consumo), e ainda desses serem inclusivos, mais do que esteticamente bonitos (por exemplo terem costas e permitirem o acesso / condições para pessoa com cadeira de rodas).

Sobre a importância das políticas públicas para pensar o espaço público e os acessos; mas também a importância da participação dos cidadãos para se fazerem ouvir e para que as práticas possam ser integradas.

– A relevância do apoio do poder local no desenvolvimento de atividades e na cedência de espaços e na colaboração e solidariedade da comunidade para o sucesso da implementação dos projetos.

2ª  Mesa redonda: A saúde e bem estar nas US e nas regiões

Neste mesa foi salientado como as universidades seniores ajudam a promover e são uma mais valia para  a saúde nos mais mais velhos e foram apresentados exemplos de projetos que ajudam a aumentar a literacia de saúde nos seniores.

3ª Mesa redonda: Educação e benefícios das US para a comunidade

Nesta mesa falou-se sobre a proximidade (ou não) do poder local (Câmaras Municipais/ Juntas de Freguesia) e apoio às US. Burocracia versus diferentes formas de gestão (dos dinheiros públicos e dos recursos) em diferentes localidades/ contextos.

– Sobre o apoio (mais “assistencialista”) ou promoção de autonomia e sustentabilidade das US?

– A relevância  do reconhecimento das pessoas mais velhas nas comunidades.

– Falou-se da importância da Universidade Sénior Virtual: a possibilidade de participação sem sair de casa (seja por impossibilidade física/falta de meio de transporte/ acesso a uma US física ou por se ser cuidador e não se poder ausentar; ou ainda pela possibilitação de participação de pessoas que estão a viver no estrangeiro). Levantamento da questão sobre a igualdade de oportunidades pelo acesso (ou falta dele) à internet e/ou de competências digitais (sobretudo nesta população mais sénior) e ainda sobre a eventual lacuna do contacto mais direto, pessoal, da socialização presencial.

Acordou-se na complementaridade entre presencial e virtual ao invés da substituição.

O presidente da RUTIS apresentou os resultados do inquérito feito junto das universidades seniores sobre o apoio que recebem das autarquias, realçando que a maioria das entidades respondeu que tem uma boa relação com o poder local, mas que este podia ser melhor, nomeadamente havendo mais apoio financeiro e na maior cedência de transportes.

4ª Mesa redonda: Desporto sénior

Neste mesa foram apresentados vários projetos das autarquias e das universidades seniores na área do desporto sénior, nomeadamente no Walking Football, e como é importante para a saúde física, mental e social dos seniores a pratica regular do desporto.

Como conclusão podemos dizer que o poder local continua a ser o principal suporte ás universidades seniores e que esse apoio deve continuar e se possível aumentar, assim como o poder central. Também foi realçado que a experiência e saberes dos mais velhos precisa de continuar a seu aproveitado.